domingo, 4 de abril de 2010

“Retrato em preto e branco”

Já repararam que cada um conta o tempo de uma forma diferente? Tenho amigos que são capazes de dizer: o ano era 1998 pois eu ouvia tal música no meu walkman. Outros dizem, devia ser por volta de 2003 pois eu estava terminando a faculdade de arquitetura. Eu conto assim: devia ser em 1998 por que eu estava começando o meu primeiro namoro, ou: não! Era 2005 porque eu tinha acabado de terminar com fulano. Sim, muito do que me faz saber as datas são os meus relacionamentos, não que eu tenha tido muitos. No auge dos meus 27 anos estou no quarto namoro, e espero que último. Sou bastante namoradeira, mas não de namorar muitos e sim de namorar por muito tempo. Algumas pessoas, aquelas metidas a psicólogas, dizem que é por eu ter carência de um pai presente (não! meu pai é presente sim, mas meus pais se separam quando eu era nova e hoje eu sei que foi bastante traumatizante pra mim) que eu sou tão ligada aos meus relacionamentos. Algumas outras pessoas costumam dizer que eu entro tão de cabeça que, se eu namoro um ator, faço teatro; se namoro em estudante de antropologia me matriculo no curso, mas não, fiz teatro, por isso conheci um ator; fui estudar ciências sociais, daí conheci um estudante da mesma área. Os meus relacionamentos ficam tão misturados com aquilo que eu estou fazendo no momento que tudo parece uma coisa só. Por isso eu conto o tempo desta maneira. O que veio antes do meu primeiro beijo fica meio perdido entre os anos de 1982 e 1994.

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