domingo, 24 de janeiro de 2010

Sobre Florbela Espanca, Sobre Mim.

Nos idos de 1930 a poetisa Florbela Espanca, em carta a Guido Battelli, parecia prever que em 1982 nasceria alguém exatamente assim:

"O meu mundo não é como o dos outros, quero demais, exijo demais; há em mim uma sede de infinito, uma angústia constante que eu nem mesma compreendo, pois estou longe de ser uma pessoa; sou antes uma exaltada, com uma alma intensa, violenta, atormentada, uma alma que não se sente bem onde está, que tem saudade… sei lá de quê."

"Grave e metódica até à mania, atenta a todas as sutilezas dum raciocínio claro e lúcido, não deixo, no entanto, de ser uma espécie de D. Quixote fêmea a combater moinhos de vento, quimérica e fantástica, sempre enganada e sempre a pedir novas mentiras à vida, num dar de mim própria que não acaba, que não desfalece, que não cansa! Toda, enfim, nesta frase a propósito de Delteil: "Très simple avec son enthousiasme à sa droite et son désespoir à sa gauche."."

(Florbela Espanca)

Quando o assunto é me descrever, não mudo uma vírgula. E neste dar de "mim mesma", não consigo decifrar se isso é bom ou ruim.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

E agora Srta. Náshara?

Nos últimos meses ela não teve tempo pra brincadeira. Foram meses escrevendo uma monografia, logo em seguida um trabalho que ocupava 9 horas do seu precioso dia. Mas esse trabalho de 9 horas diárias acabou, e ela sabia que seria assim. Mas e agora? O que fazer quando já faz quase um ano que ela não sabe o que é ter férias? E quem disse que ela quer férias?

Quando ela desceu no aeroporto no último dia 17 ela sabia que nos próximos dias a vida dela estaria vazia. Os compromissos teriam que ser inventados para ela ocupar os dias. Quando não se tem o que fazer efetivamente, o pensando se refugia em dois extremos, naquilo que mais nos assusta ou naquilo que mais nos faz feliz. Ela confessa que o pensamento dela vive em trânsito entre esses dois pontos. E ela fica louca. No que mais a assusta ela quer fugir, pensa em mil maneiras de evitar aquilo que ela mesmo nem sabe se realmente vai acontecer, e no que a faz feliz e ela tem medo de que vire uma obsessão, obsessão? ok! palavra pesada, mas seria alguma coisa um pouco só mais branda do que isso, mas não acho a palavra. Então ela fica entre o namorado que mora longe e que ela ama intensamente e entre o "putz! acho que fiz uma faculdade inútil e nunca vou conseguir um emprego que me deixe confortável na vida".

No meio tempo entre um pensamento e outro ela tenta ocupar os dias com malhação, e sim! ela está fazendo um plano de estudos pro mestrado que ela nem sabe quando será a prova porque o site do tal curso anda muito esquisito.

Mas quem disse que ela só faz isso? Apesar do vazio ela ainda ocupa o tempo com alguma coisa intangível que ela tem fé que vá ser uma experiência enriquecedora. O que ela pensa neste momento é que ela não tem nada pra fazer mas tem muito o que aprender, então... vamos a luta!

Sim, iremos à luta, mas ela anda assustada como um cãozinho que acabou de se perder da mãe e não sabe que caminho tomar.

sábado, 9 de janeiro de 2010

Das coisas que vi, das coisas que fiz.

Mais um ano se passou... um ano, passou tão rápido e ao mesmo tempo demorou uma eternidade. Nem parece que no ano que sofri horrores, me descabelei, me perguntei inúmeras vezes "o que eu fiz?", foi o mesmo ano em que encontrei consolo, amor, carinho e amizade de uma pessoa tão especial. Mas parece que foi no mês passado que eu mais 3 amigos nos juntamos para uma virada de ano sem expectativas num recanto do Rio de Janeiro e acabamos nos divertindo tanto que a barriga não parou de doer. E num é que parece mesmo que no mesmo mês, nós quatro, somados a mais quatro, mais dois intrusos queridos, e muito bem vindos, nos juntamos pra ver fogos na praia de Copacabana?

O que é que nós, pobres seres mortais, podemos saber sobre o tempo? Nada! Definitivamente nada! Um ano? Quanto tempo tem? E pensando aqui, foi em 2009 mesmo que entreguei minha monografia, fiquei horas, muitas horas, lendo, pesquisando, escrevendo, relendo, reescrevendo, suando de nervoso e perturbando meu orientador com as mais esdrúxulas perguntas. Pois é, 2009 foi um ano bem movimentado. Algumas perdas irreparáveis, algumas confusões necessárias, mais um grupo de africanos que vai ficar no meu coração pra sempre, amizades fortalecidas, novas amizades, o amor definitivo, um novo, porém provisório, trabalho e os livros, muito livros.

2009 foi embora, demorou muito e não durou nada.