terça-feira, 6 de abril de 2010

Fahrenheit 451

Estou lendo "Fahrenheit 451" (1953) de Ray Bradbury e gostaria de compartilhar com vocês uma passagem do livro, que eu acho que diz muito sobre o momento por que passamos. O que me parece é que esses autores de ficção científica do meio do século passado estão mais para videntes do que qualquer outra coisa. Vide George Orwell e seu 1984.

"Encha as pessoas com dados incombustíveis, entupa-as tanto com "fatos" que elas se sintam empanzinadas, mas absolutamente "brilhantes" quanto a informações. Assim, elas imaginarão que estão pensando, terão a sensação de movimento sem sair do lugar. E ficarão felizes, porque fatos dessa ordem não mudam. Não as coloque em terreno movediço, como filosofia ou sociologia, com que comparar suas experiências. Aí reside a melancolia. Todo homem capaz de desmontar um telão de tevê e montá-lo novamente, e a maioria consegue, hoje em dia está mais feliz do que qualquer homem que tenta usar a régua de cálculo, medir e comparar o universo, que simplesmente não será medido ou comparado sem que o homem se sinta bestial e solitário."



BRADBURY Ray. Fahrenheit 451: a temperatura na qual o papel do livro pega fogo e queima; trad. Cid Knipel São Paulo Globo, 2003 (p.87)

4 comentários:

  1. quando li esse livro também fiquei impressionado em como ele é atual mesmo sendo escrito há mais de 50 anos.

    é possível ver vários paralelos entre a sociedade do livro e a nossa sociedade atual.

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  2. "Se a liberdade significa alguma coisa, será sobretudo o direito de dizer às outras pessoas o que elas não querem ouvir."

    George Orwell

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  3. Este livro está se tornando um dos meus favoritos!

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  4. Espero ler esse livro em breve.
    Gosto da adaptação pro cinema, do Truffaut, mas sempre imaginei que (como quase sempre), o livro seria bem melhor, mais denso.
    Bjo

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