terça-feira, 20 de abril de 2010

20 de abril

Uma noite, faz alguns meses já, fui acompanhada de vários amigos e irmão, a um show d’O Teatro Mágico. A noite era anterior a um dos dias mais esperados dos últimos meses. Durante o show, algumas vezes eu gritei, evocando aquilo que aconteceria na noite do dia seguinte. Cantava e gritava, sorrindo, gargalhando por estar tão próxima de um momento que, eu tinha certeza, seria lembrado para o resto da minha vida. De alguma forma, este dia seria decisivo na minha vida. E poderia mudar meu futuro. Mas o que mais importava naquele dia, mais do que o acontecimento, seria a pessoa, e aquele dia certamente teria o nome dela. Mas além daquele dia, que pra mim será sempre marcado pelo nome desta pessoa, existe um dia, que marca para todos que a conhecem, como sendo o dia dela, e esse dia é hoje. Por isso, me sinto no direito que gritar para todos mais uma vez:

Gborindaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaayyyyyyy!!!!!!!!!!

Hoje, para todo o mundo, é dia dessa pessoa, embora, para mim, todos os dias do ano sejam. Em especial o dia 20 de abril e o dia anterior aquele d’O Teatro Mágico na Fundição Progresso.

Gborindaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaayyyyyyyyyyyyyyy!!!!!!!!!!!

Dia 20 de abril – aniversário desse serzinho maravilhoso que mudou a minha vida e, se depender de mim, sempre continuará nela!



Parabéns para ele!

sábado, 17 de abril de 2010

O Momento Certo.

Já faz tempo, mas ainda consigo me lembrar do tempo em que eu não tinha preocupações de adulto. Do tempo em que o que eu precisava para ser feliz era tirar boas notas no colégio e ir ver um bom filme no cinema no fim de semana. Do tempo em que as pessoas mais próximas da minha família ainda eram novas e não estavam internadas em hospitais, com dias contados para morrer. Ainda me lembro de não ser questionada o tempo todo sobre o meu salário, de não exigirem que eu utilizasse meus conhecimentos para ganhar dinheiro, e quando as pessoas não me perguntavam quanto tempo faltava pra eu me casar.

Me lembro de não ter que administrar brigas de família, de não precisar falar grosso com meus pais, pois eles é que falavam grosso comigo. Ainda lembro de não poder opinar nas coisas que não aconteciam. E posso dizer que preferia assim.

Mas as coisas mudam. A vida continua e, querendo nós, ou não, amadurecemos. Somos invadidos por preocupações, noites em claro pensando no futuro, e passamos, nós mesmo, a nos questionar por que não ganhamos dinheiro suficiente para comprar um apartamento. As pessoas mais velhas próximas a nós começam a morrer, nossos amigos começam a casar, ter filhos, viramos tios, tias. Nós mesmos começamos a pensar em casar. Começamos a dar broncas nos nossos próprios pais e nos damos conta, no final, que não somos muito diferente deles.



Mesmo lembrando disso tudo e analisando a vida adulta, não consigo decidir em que época é melhor viver. Conheço pessoas, aquelas saudosistas, que me diriam que a infância é o melhor da vida. Outros diriam que "o agora" é o melhor momento. Mas eu? Eu gostaria de ser adulta, mas que todas as pessoas parassem de envelhecer aos cinquenta, que vivêssemos num país em que dinheiro fosse a coisa menos importante, que todos encontrassem o amor da sua vida e que pudessem viver o resto da vida em plena tranquilidade,  que todos os talentos das pessoas fossem aproveitados e que a arte fosse uma das coisas mais importantes do mundo. É nesse momento da vida que eu quero viver.

*Foto de Gustavo Nasr, do filme em curta metragem "Embora", atriz: eu 

terça-feira, 6 de abril de 2010

Fahrenheit 451

Estou lendo "Fahrenheit 451" (1953) de Ray Bradbury e gostaria de compartilhar com vocês uma passagem do livro, que eu acho que diz muito sobre o momento por que passamos. O que me parece é que esses autores de ficção científica do meio do século passado estão mais para videntes do que qualquer outra coisa. Vide George Orwell e seu 1984.

"Encha as pessoas com dados incombustíveis, entupa-as tanto com "fatos" que elas se sintam empanzinadas, mas absolutamente "brilhantes" quanto a informações. Assim, elas imaginarão que estão pensando, terão a sensação de movimento sem sair do lugar. E ficarão felizes, porque fatos dessa ordem não mudam. Não as coloque em terreno movediço, como filosofia ou sociologia, com que comparar suas experiências. Aí reside a melancolia. Todo homem capaz de desmontar um telão de tevê e montá-lo novamente, e a maioria consegue, hoje em dia está mais feliz do que qualquer homem que tenta usar a régua de cálculo, medir e comparar o universo, que simplesmente não será medido ou comparado sem que o homem se sinta bestial e solitário."



BRADBURY Ray. Fahrenheit 451: a temperatura na qual o papel do livro pega fogo e queima; trad. Cid Knipel São Paulo Globo, 2003 (p.87)

domingo, 4 de abril de 2010

“Retrato em preto e branco”

Já repararam que cada um conta o tempo de uma forma diferente? Tenho amigos que são capazes de dizer: o ano era 1998 pois eu ouvia tal música no meu walkman. Outros dizem, devia ser por volta de 2003 pois eu estava terminando a faculdade de arquitetura. Eu conto assim: devia ser em 1998 por que eu estava começando o meu primeiro namoro, ou: não! Era 2005 porque eu tinha acabado de terminar com fulano. Sim, muito do que me faz saber as datas são os meus relacionamentos, não que eu tenha tido muitos. No auge dos meus 27 anos estou no quarto namoro, e espero que último. Sou bastante namoradeira, mas não de namorar muitos e sim de namorar por muito tempo. Algumas pessoas, aquelas metidas a psicólogas, dizem que é por eu ter carência de um pai presente (não! meu pai é presente sim, mas meus pais se separam quando eu era nova e hoje eu sei que foi bastante traumatizante pra mim) que eu sou tão ligada aos meus relacionamentos. Algumas outras pessoas costumam dizer que eu entro tão de cabeça que, se eu namoro um ator, faço teatro; se namoro em estudante de antropologia me matriculo no curso, mas não, fiz teatro, por isso conheci um ator; fui estudar ciências sociais, daí conheci um estudante da mesma área. Os meus relacionamentos ficam tão misturados com aquilo que eu estou fazendo no momento que tudo parece uma coisa só. Por isso eu conto o tempo desta maneira. O que veio antes do meu primeiro beijo fica meio perdido entre os anos de 1982 e 1994.